quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lakeland Terrier




Origem

O Lakeland Terrier é originário da região dos lagos (Lake District), situada próximo da fronteira da Inglaterra com a Escócia, nos antigos condados de Cumberland e Westmoreland. Nesta região selvagem, coberta de lagos e terrenos pedregosos, havia muitas raposas cinzentas que atacavam as peças de caça e que os agricultores culpavam de espantarem o seu rebanho de ovelhas e matar os cordeiros; por isso, eram caçadas sem piedade, tal como os animais daninhos que viviam nas terras fronteiriças (Border). Aquele era o terreno predileto de diversos tipos de Terriers que acabariam por originar o Bedlintgton, o Border e o Lakeland Terrier.

O terreno era acidentado demais para usar cavalos para encurralar as raposas e o terrier, embora fosse pequeno o bastante para se introduzir entre as sinuosidades dos penhascos mais estreitos e no fundo das tocas, se via obrigado a seguir o ritmo dos hounds e a subir com agilidade e saltar de rocha em rocha. Por isso tinha que ser pequeno e forte. Era muito freqüente um cão perder-se e sua forte constituição permitia-lhe sobreviver até ser encontrado.

Exigia-se do terrier muita coragem. Enquanto no sul da Inglaterra os caçadores não matavam a raposa, pois estava escassa, assim poderiam persegui-la novamente, no norte o objetivo consistia simplesmente em destruí-la. O Lakeland Terrier surge dessas rigorosas condições.

Apresenta-se como um descendente do Antigo Terrier Inglês preto e canela (Old English Black and Tan Terrier).

Até o início do século XIX os britânicos só distinguiam dois grandes tipos de terriers locais: os terrier escoceses, cães de patas curtas de pelo hirsuto e cores muito variadas, e os terriers ingleses, de estrutura quadrada, patas mais longas e pretos e canela, que podiam ter tanto o pelo duro como liso.

Depois, apareceu a preocupação com uma seleção mais cuidadosa desses cães, de acordo com o seu uso e morfologia. Com o aparecimento de cinologia, os dois tipos básicos evoluíram para a formação de raças cada vez mais distintas.

Das variedades do norte da Inglaterra, algumas apresentavam um aspecto muito semelhante. Todos esses cães, o Terrier de Westmoreland, Terrier de Cumberland, Patterdale Terrier e Fell Terrier poderiam ser chamados de "peel’s terriers", dada a sua semelhança com os cães favoritos de um famoso caçador das fells (nome local da colina): John Peel.

Houveram alguns cruzamentos entre os antepassados do Lakeland, do Border e do Bedlington Terrier.É provável que tenha havido a contribuição do Fox Terrier de Pêlo Duro, raça constituída algumas décadas antes dos Terriers do Norte da Inglaterra, que daria mais homogeneidade ao Lakeland Terrier.

No início do século XX, os cães que iriam transformar-se no Lakeland Terrier eram apresentados nos comitês locais ao mesmo tempo que os animais que cuidavam das fazendas e das granjas, enquanto ocorriam os concursos de cães pastores. Em 1912, um grupo de amadores reuniu-se para formar um clube da raça. Infelizmente a Primeira Guerra Mundial adiou os seus projetos.

Em 1921 foi possível constituir-se uma associação duradoura, a Lakeland Terrier Association. Um dos seus primeiros objetivos foi atribuir um nome único à uma raça dotada de designações diversas. Acabou sendo adotado Lakeland Terrier, porque tinha a vantagem de ser preciso o bastante para não incomodar nenhum partidário de outra designação mais localizada. 

Só nos anos de 1928 – 1930 é que o Lakeland começou a expandir-se pelo sul da Inglaterra e a participar de exposições. Em 1931 o The Kennel Club conferiu à raça a possibilidade de se habilitar aos certificados de aptidão obrigatórios para a concessão do título de campeão. Dois exemplares o conseguiram.

O período entre as duas guerras foi muito positivo para todos os terriers na Grã-Bretanha. Nessa época a arte do corte de pêlo tinha chegado a um alto grau de perfeição e os britânicos gostavam muito dos cães que pareciam esculpidos.

Em fevereiro de 1967, numa Segunda feira, apareceu em todos os jornais a foto de um representante raça; a televisão mostrou para milhões de telespectadores uma cerimônia em que se via um pequeno terrier, uma espécie de miniatura de Airedale, ou um tipo de Fox um pouco menor e com uma cor tão pouco habitual como repousante: um Lakeland tinha ganho um "Best in Show" (Melhor da Exposição) na Crufts. Era Stingray of Derryabah, que já havia ganho o título de campeão três anos antes.

No ano seguinte, esse mesmo cão ganhou o "Best in Show" da mais prestigiosa exposição Norte americana, a de Westminster (New York). Foi um duplo feito histórico: nenhum outro cão tinha conseguido ganhar nas duas exposições mais importantes do mundo.




Características

Grupo: Terceiro
Altura na cernelha: 37cm, no máximo.
Peso: Uma média de 6,8kg nas fêmeas e de 7,7kg nos machos.
Pelagem: Preto e canela, azul e canela, dourado, trigo, canela-acinzentado, castanho, azul ou negro.
Expectativa de vida: De 12 a 14 anos.
Caráter: Vivo, alegre, amistoso.
Relação com as crianças: Muito boa.
Relação com outros cães: Geralmente pacífica.
Aptidões: Cão de companhia e exposição; caça animais de toca.
Necessidade de espaço: Pode viver na cidade. 
Alimentação: Cerca de 100g diários de alimento completo seco.
Cuidados: Normais (pentear).
Custo de manutenção: Médio.


Comportamento

O Lakeland sente-se naturalmente bem em qualquer lugar e não se deixa impressionar por nada nem ninguém. Este terrier tão cheio de vitalidade fica tão à vontade na cidade como no campo.

Tem muita presença, mas nunca se torna um embaraço com os seus 37 cm e seus 7 kg. Não se deve julgá-lo um hipernervoso, um fanfarrão que julga que a Terra está povoada por concorrentes potenciais, por inimigos de todos os tamanhos e condições, ou por presas que deve perseguir, sem que haja nenhuma outra atividade que valha a pena. A assiduidade nas exposições o tornou conciliador. Converteu-se num terrier comedido. Se o dono for capaz de um mínimo de firmeza, ele se mostrará um excelente cão de família, de caráter equilibrado, que nunca causará problemas. Sabe instintivamente como proteger sua propriedade; nada escapa à sua vigilância.

É o acompanhante ideal de quem puder associá-lo à sua vida, tanto podendo ser conservado em casa como levado a qualquer lado. É também um bom companheiro para aqueles que gostam da natureza, pois agüenta prolongados passeios pelo campo.

Hoje são pouco utilizadas a sua capacidade de trabalho. Mas poderia perfeitamente se desenvolver nas suas tarefas originais, nas quais poria à prova sua robusta constituição, além disso às vezes é usado na caça às lontras e é muito apreciado como caçador de coelhos.

A sua tosa deve ser confiada à um especialista que saiba conservar o aspecto compacto do cão. O Lakeland corresponde por inteiro à nossa atual maneira de viver.


Para saber mais

Lakeland Terrier Maddie The Mad Dog
kelda Lakeland Terrier


Agradecemos especialmente ao canil Hameaus des Lys pelas lindas fotos de seus cães.

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